Shifty Side com novo vocalista

 
A Shifty Side, banda de hardcore melódico, passou por algumas mudanças nos últimos meses, inclusive, o Raphael, que era o vocalista do conjunto, saíu da banda. Mas isso não fez a Shifty Side acabar.

"A gente está finalizando as gravações do nosso segundo cd, que era pra ter sido lançado há dois anos atrás mas como os problemas foram muitos a gente só está terminando ele agora", disse Juninho, guitarrista da banda.

Quem assumiu os postos de vocais da banda foi o André, que foi vocalista da Nextt. " Ele cantou conosco antes do Raphael e agora retorna ao conjunto e já está finalizando as vozes do cd, aliás só falta isso para o álbum ser lançado", avisou Juninho Tavares.

A banda fará um novo show no dia 12 de outubro, no Pátio de São Pedro, já com o novo vocalista no palco.

Escute "Singular", primeiro single da Madine


O vocalista/guitarrista da banda No Clear, Fernando Lúcio, está realizando com um projeto solo, que se chama "Madine".  "Madine é um simples reflexo da minha alma em forma de música", ressaltou. O jovem acabou de lançar o primeiro single desse projeto, que se chama "Singular". Escute aqui.

Esteban (RS) faz novo show em Recife no próximo dia 21 de setembro

No próximo dia 21 de setembro, às 17h, no Teatro Maurício de Nassau, que fica localizado no Recife Antigo, ocorrerá o show do músico gaúcho Esteban Tavares (Ex-Fresno e Abril). Desta vez, o músico estará lançando seu EP "Smokers in Airplanes". Os ingressos antecipados estão sendo vendidos por R$ 30 (primeiro lote e limitados). O show também terá o objetivo do público pernambucano matar a saudades do Esteban, até porque a última vez que o músico tocou em Recife foi no dia 26 de janeiro de 2011, ou seja, há mais de dois anos.


Abaixo Segue todo o serviço do show:

Serviço:
Esteban - Show de Lançamento do EP Smokers In Airplanes
Data: 21/09/13
Abertura da casa: 17h
Local: Teatro Maurício de Nassau – Recife Antigo

Ingressos antecipados:
• Primeiro Lote (Promocional) – R$ 30,00 - Limitadíssimos!
• Segundo Lote - R$ 35,00
• Terceiro Lote - R$ 45,00

• Pulseira VIP* - R$ 30,00
*Adquirindo a "Pulseira VIP", você não precisará enfrentar filas para entrar no teatro e ainda poderá conhecer o artista, ao fim da apresentação.
Na compra desta pulseira, o ingresso para o show não está incluso;
*Venda exclusiva pela internet.

Ponto de Venda:
• Disco de Ouro (Centro)
• Gramophone (Shopping Recife)


Venda Online: www.eventick.com.br/estebanrecife

Realização: Sonora Produções
Apoio: Mustache Produtora

Escute "Y01" novo single da Cronimos


A banda de metalcore Cronimos, que conta com alguns ex-membros da Forplay, lançou nos últimos dias o seu mais novo single. Intitulado de "Y01", a música conta com a participação de MD, vocalista da Scenes. Escute a nova canção aqui.

Dia 12 de outubro ocorrerá o EXPO ROCK 3 com a Fiddy como a principal atração


 Próximo mês, dia 12 de outubro, vai acontecer no QG do Estudante (próximo a Unicap), o Expo Rock 3, o evento tem como finalidade "agitar" o cambaleante rock local. Vale ressaltar que o evento será organizado pela Ziraldo Produções, e que não está cobrando nada as bandas, ou seja, não há o velho e chato "pagou para tocar (paytoplay)". Entre as bandas participantes, destaque para as "experientes" Fiddy (principal nome da festa), Seventy Times Seven, Write Love e a "novata" Desconforme.   Os shows começam a partir das 14h, e a entrada custa R$ 10.

ESCUTE "AVENIDA DAS ILUSÕES", NOVO SINGLE DA DESCONFORME




"Avenida das ilusões", é a mais nova canção lançada pela Desconforme, uma das novas bandas de rock da cena pernambucana. Escute aqui a música, que é o terceiro single da banda lançado.

ENTREVISTA: BRUNO NEGAUM FALA SOBRE A ATUAL FASE DO ROCK LOCAL


Foto por Carol Andrade


Bruno Negaum é um dos artistas mais conhecidos da cena underground pernambucana. Com sua vasta experiência, o músico, dj e apresentador, deu sua opinião sobre a atual fase do rock do estado. Confira abaixo na entrevista exclusiva para o Nutallo:


1 – Quais foram os fatores que fizeram o rock pernambucano se encontrar nessa situação? Falta de interesse dos músicos? Falta de valor e de incentivo do público? Falta de divulgação? Falta de espaço para as bandas mostrarem seus trabalhos? Falta de bom material e qualidade das bandas? Qual a sua opinião?


Bruno Negaum -> Quando falamos de “crise no rock pernambucano”, nós precisamos acima de tudo dar uma analisada geral em tudo o que abrange o termo “música pernambucana”; o número e qualidade das bandas que existem na atualidade, a quantidade de discos que foram e estão sendo produzidos do último ano pra cá no nosso estado, os festivais/eventos/casas de shows que abrem espaços para este tipo de seguimento atualmente, entre outros fatores que fazem tantas pessoas discutirem a respeito desse assunto. Realmente existe essa crise ou nós só estamos passando por um período de transição/adaptação a um novo modelo de conduta no mercado fonográfico?

Como parte do público e desse universo no papel de músico e apresentador de eventos, e fazendo uma ligeira comparação com o cenário underground do hardcore melódico/pop punk/emocore em que eu vivia na minha adolescência dez anos atrás, enxergo uma verdadeira diminuição no número de bandas, o que acho completamente natural. Mas eu vivia num seguimento desse todo que é o cenário rock´n´roll pernambucano que, apesar de ser importante pela formação de um público majoritariamente jovem e de profissionais iniciantes na área, se perdia pela falta de planejamento de carreira, posicionamento artístico, o famoso (e temido!) vestibular, entre tantas outras coisas.

O documentário “Do Underground ao Emo”, do Canal Bis/Globosat e dirigido pelo cineasta Daniel Ferro, que eu recomendo a todos que gostam de rock e que aborda tudo isso o que eu estou falando, num certo momento leva em consideração alguns pontos negativos que aconteceram no eixo Rio São/Paulo, mas que reverberaram aqui também desde a explosão midiática da cena e do sucesso nacional de alguns grupos que faziam parte dessa turma como o CPM 22, NxZero, Fresno, etc. Apareceu muita gente querendo se aproveitar desse momento única e exclusivamente não pela vontade de mostrar o seu talento e verdade musical, mas pela oportunidade do sucesso rápido, do glamour de fazer parte desse mundo, de pegar as gatinhas porque é artista e de enganar os músicos iniciantes.

A consequência disso é que, tanto por lá como por aqui, foi um movimento com um número relativo de bandas que apresentavam trabalhos de qualidade duvidosa, shows toda semana com as mesmas atrações e voltadas para o mesmo público, produtores que obrigavam as bandas a venderem ingressos para participarem de seus eventos fazendo os pais depositarem um “cheque-calção”, preconceito de outros seguimentos como o metal e a música indie, que estava ganhando espaço com o “movimento asfalto beat” e a explosão do Coquetel Molotov.

Isso aborreceu muita gente que levava a sério e fazia parte daquele mesmo seguimento desde o início. A grande tristeza é que no Recife, diferente dos estados citados pelo documentário, não existiu uma renovação. No “grande eixo”, esses pseudo-grupos acabaram encerrando as suas efêmeras carreiras e sumiram de uma vez por todas, outros mais antigos acabaram voltando a tocar e a trazer o velho público de volta ás casas de shows, quem continuou acreditando no seu potencial e trabalhou desde aquela época de uma maneira séria/profissional e consistente segue até hoje fazendo o seu som e a crítica especializada voltou a abrir espaço para essa turma. Aqui nunca existiu um incentivo midiático voltado para essa turma, com raras exceções á regra como o RecifeRock!, a Rádio Cidade, as rádios comunitárias e a loja Disco de Ouro.

Não acredito numa “falta de interesse” dos profissionais  pernambucanos desse seguimento, sabe? Ainda temos vários músicos/produtores/compositores/intérpretes com trabalhos excelentes na cidade, das antigas e na atual geração, e que ainda tocam por aí, acreditam numa renovação do cenário. Mas existe uma certa ignorância, falta de conscientização de que para se viver de música é preciso trabalhar 24h por dia nisso, como em qualquer outra profissão e é preciso também se trabalhar em grupo. Ter um videoclipe com uma qualidade de video bacana e milhares de visualizações, fã clube e tudo mais é super legal, mas mais importante do que isso é ter um planejamento de carreira, um visual bacana, equipamento de primeira linha, além de técnica, talento e conhecimento do mundo empreendedor.

Hoje em dia não se pode esperar mais por uma gravadora e se achar um grande artista porque você tem mais de mil curtidas na sua Fanpage, você precisa ser o chefe da sua empresa, ter um CNPJ, organizar burocraticamente tudo o que está relacionado ao seu projeto musical, ter um Ancine, ser vinculado a alguma editora, fazer um curso de video e audio pra fazer os seus próprios projetos e correr atrás de ser o seu próprio assessor de imprensa e agenciador, indo de espaço em espaço com o seu disquinho na mão. Além disso, NADA é mais importante do que o show, e pra isso é preciso ensaiar, ter uma boa equipe técnica no seu time e, principalmente cobrar um cachê justo e que vá evoluindo juntamente com as conquistas da sua banda.

Quanto a valor e incentivo, isso só existe quando se leva o trabalho a sério, se investe tempo/dinheiro/dedicação para empreender a sua carreira da melhor forma, lê blogs/sites/revistas de músicas não só daqui, mas de todo o mundo, escuta todo tipo de música em casa e ao vivo em todos esses eventos que acontecem na cidade e se passa a interagir com outros músicos, produtores e artistas de outras áreas.

Tem muita gente bacana por aí com idéias e gostos musicais que vão de acordo com o que você vem trabalhando, vai que de repente o seu trabalho tem tudo a ver com os projetos que outras pessoas vem construindo e não se forma um coletivo, produtora, não é verdade?

2 – Há alguns anos atrás, muitos produtores, se arriscavam e produziam os eventos aos trancos e barrancos, outros produtores já mais experientes conduzindo muito bem eventos locais, com bandas locais e trazendo até bandas de fora, ao menos rolava. De uns tempos pra cá isso caiu muito, se resumindo há uns dois shows a cada quatro meses, o por que disso?


Bruno Negaum -> Hoje em dia, dependendo das circunstâncias, é muito mais viável fazer um bom show de brega com Mc Sheldon e gastar R$15mil de receita, além de ser dono do bar no evento e lucrar BEM que correr atrás de contratar um NxZero por quase R$40mil e ficar na insegurança de ter de cobrar quase R$100 num ingresso para crianças e adolescentes.

Isso vai muito de encontro com o que eu te falei acima, sabe? Se as bandas do cenário não tem um material bacana, um show pensado de uma maneira diferente, com uma proposta diferenciada, além de uma base consistente de fãs e admiradores, logo é prejuízo convidar essa atração pra tocar no seu evento, até porque ela gera um custo. E hoje em dia, por conta desse “apagão” do cenário underground, vivemos num limbo. Quais são as bandas que mais levam público? Quem é profissional ou só está brincando de ser artista? São questões que afastam os produtores de quaisquer contato com essa galera, ninguém quer ter dor de cabeça com banda iniciante.

Muita gente me critica por trabalhar em eventos voltados para o público teen como apresentador, e muitas vezes como dj, mas não entende que na maioria das vezes eu estou lá representando esse cenário, tocando as .mp3 dessas bandas e servindo de ponte entre esses projetos e um público que não teve a mesma sorte que eu tive anos atrás de escutar uma Porão GB da vida e me apaixonar de vez pela música pernambucana por saber qua além dos meus maiores ídolos, tinha uma galera da minha idade, que morava na minha esquina, vivia o meu universo e falava a mesma lingua que eu e minha turminha de amigos.

Esses shows só vão voltar a rolar com mais frequência e cada vez mais números de artistas locais e nacionais a partir do momento em que o rock local mudar de uma maneira positiva, e coletiva. E todo mundo se ajudar, tentar conquistar esse espaço juntos.

3 – O que fazer para o rock local voltar a ser, como há alguns anos atrás? Com várias bandas talentosas, e com shows com certa freqüência?


Bruno Negaum -> Apesar de sonhar MUITO com um futuro assim, não acredito que a cena deve voltar a ser o que era. Existiam muitas falcatruas, monopólios, inseguranças e falta de profissionalismo, era tudo pelo o amor á música. Hoje nós estamos em momentos diferentes nas nossas vidas e isso precisa ser custeado, pagar as nossas contas, não tem essa de Cubocard. Se deve trabalhar numa evolução daquilo, levando em consideração toda a nossa experiência como público, formadores de opinião e profissionais da área na época estudando alguns outros formatos que deram certo ao redor do país e do mundo.

Mas acho que o primordial é trabalhar coletivamente, juntar mentes pensantes de várias áreas que tem esse interesse em comum e realizar projetos voltados para a criação e fomentação desse público. Criar festas mensais, opções de formatos voltados para a informação a respeito desses artistas tanto na mídia virtual quanto impressa e fazer um burburinho na mídia. Um dos exemplos recentes mais bem sucedidos de reunião de artistas pernambucanos que representam um coletivo e tem uma boa expressão midiática é a “Cena Beto”. Por que esses artistas desse “cenário em crise” também não se reestruturam e correm atrás disso também?

Só não vale ser preguiçoso. lançar música, cd, videoclipe e ficar ligando pra minha casa pedindo e-mail de site e/ou redator de tal jornal pra fazer as coisas bombarem mais rápido, tem de se trabalhar sério e correr atrás de fazer o seu quinhão de responsabilidade bem, mesmo que em grupo.

4 – Poucas são as bandas que hoje em dia ainda se arriscam em tocar em alguns eventos que surgem a cada três ou quatro meses. Por qual motivo essas bandas que tocavam antes, sumiram? Por qual motivo muitas dessas bandas hoje em dia tocam covers, às vezes até saindo do estado pra tocar cover fora?

Bruno Negaum -> Acredito que os principais motivos que englobam esse “sumiço” foram citado na resposta que dei para sua primeira pergunta, no começo do nosso papo.

Eu, particularmente, como artista ainda sou convidado para me apresentar como músico e cantor em alguns eventos apesar de não lançar nenhuma música inédita alguns anos, mas prefiro preparar um material novo, lançar e aí sim marcar e me dedicar a uma apresentação para surpreender e emocionar o público com algo que foi pensado com carinho pra eles ao invés de subir ao palco por conveniência, apresentar aquilo que todo já conhece e isso não me acrescentar nada artisticamente. Até porque a minha carreira está em outro foco agora.

Quanto a esse lance de ir para outros estados e tocar “cover,” formato que eu chamo de “show tributo”, eu não sou contra. Já fui convidado, mas não acho viável por ainda não ter pensado num artista que me motive tanto a isso ainda ou pela proposta realmente não ser interessante financeiramente pra mim, até porque isso requer todo um estudo e um trabalho artístico de definição de repertório, rearranjamento das músicas e preparação de show, né? Mas se é interessante para os outros artistas, eu respeito completamente. Grandes artistas como Sandy, Lulu Santos, Vanessa da Mata e Maria Bethânia o fazem, por que não podemos?

Cadê o rock, Recife?


Nutallo entrevista vários músicos pernambucanos para informar o porque da cena rock local estar tão enfraquecida e o que fazer para esse quadro mudar.

Há alguns anos atrás,  o rock local estava verdadeiramente em um "boom". A cada dia que se passava, novos conjuntos surgiam e com suas distinções de estilos, algumas puxavam para o pop rock, outras pop punk, tinha espaço para o metalcore e até para o powerpop, entre outros estilos. Porém, todos eles com músicas bem trabalhadas (e gravadas), com CDs e webclipes sendo produzidos. Era também fácil encontrar alguma casa, principalmente no Recife Antigo, com algum evento destinado ao rock. Com isso, era de se esperar que o rock local obteria um futuro promissor, contudo, e infelizmente, houve um retrocesso.

Para Matheus Menezes, guitarrista da Iupi, e que participou ativamente da antiga cena do estado, com bandas como Devônia Charlotte e Punkekas, o que falta principalmente é uma união maior das bandas como acontecia antigamente. "Antigamente a gente ia pra se encontrar, não apenas pra ver as bandas que iriam se apresentar. Ver, tomar uma, trocar uma ideia, isso era mais importante do que a banda que iria tocar (lógico que isso tinha influência em quantidade), mas a gente ficava contando os dias para que chegasse o final de semana pra nos encontrarmos e assim seguia o resto do ano", informou. Já Eduardo de Moraes, mais conhecido como Sinó, guitarrista  e vocalista da banda Write Love, ressalta além da pouca união dos grupos atuais locais, o desinteresse do público e o estrelismo de algumas bandas. "Sempre achei que nunca existiram casas que abrissem as portas pra galera, tem muita banda boa em Recife, muitas bem melhores do que a gente vê fazendo nome por aí. Mas além das casas existe também um pouco de falta de valor e incentivo do público. Neguinho não paga R$ 10 pila pra ver um show de uma banda local que ouve, mas paga R$ 70 pra ver atrações de fora.  E as bandas davam mais a cara a tapa, tem banda que hoje em dia estreia, faz 2 shows e depois não se acha no dever/obrigação de divulgar o seu som para mais pessoas. Já se acham as estrelas do novo milênio", disse. 

Sobre a falta de shows, que antes era habitual ocorrerem eventos ao público do rock, e hoje em dia é raridade, o produtor de eventos, Lucas Lennon Neri, culpou o público e as novas bandas, fora os pseudo-produtores. "O público se acomodou com a situação atual, até por que um show não se faz de banda pra banda. Isso também é uma parcela da culpa das bandas 'novas' da cena, algumas até com uma qualidade de som, que se acomodaram com a situação adversa esperando simplesmente algo cair no colo. Antigamente o interesse era mútuo, coletivo, hoje está no 'cada um por si' dificultando muito o avanço da cena, que infelizmente tende a piorar! Além de não divulgarem seu trabalho com mais afinco, esperam tudo como se fosse acontecer num passe de mágica! Outra coisa que ajudou a drástica queda, foram os 'produtores', visando o lucro fácil, e o proveito das novas bandas quererem aparecer na cena a qualquer custo, chegando a participar de cotas absurdas em eventos mal planejados e divulgados!", revela.  

O músico Renato Silva, que já participou de várias bandas como Hady e Write Love,  acha que o que falta é uma maior boa vontade dos produtores. "Se houver um pouco mais de ousadia dos produtores, menos ganância, e principalmente se houver um apoio a essas bandas (tanto as novas como as antigas), a coisa pode voltar a acontecer como antes. Infelizmente os eventos de covers e com bandas grandes são os que ainda dão lucro. É compreensível, claro, ninguém trabalha pra ter prejuízo. Mas banda boa e com material bom tem por aí, o que falta é só alguém com coragem pra apostar nisso", afirma.

Já Roberta Marques, vocalista da extinta banda Noite em Moscou, ressalta que os adolescentes são pessoas que desvalorizam muito, ou seja  não tem o poder de consumo que um público de uma faixa etária que já trabalha. Ela ainda opinou sobre a forma de pensar das bandas, que precisa mudar. "Na minha humilde visão de tudo, esse público consome pouco show então as pessoas que tem grana (produtores) não tem interesse de investir, não é interessante pra eles, não tem retorno. Os poucos shows que se consomem são de bandas que já tem uma visibilidade maior no mercado - porque queira ou não, ainda existem aqueles­­­ que consomem música através da midia mais tradicional: a televisão, novelas e coisas desse tipo. As pessoas hoje querem consumir o produto em casa, são atraídas pelos videos que facilmente conseguem. Mas bom, como a gente pode fortalecer isso? Eu acho que as pessoas tão cansadas das mesmices, os mesmos shows  com as mesmas bandas fracas da cidade, com a mesma galera, no Recife Antigo, enfim,. eu particularmente sou uma pessoa caseira e digo com toda a certeza: eu não sairia da minha casa pra um show desses. Eu acho que o mundo tá aqui, na palma da mão da gente mas ganhar dinheiro com isso é realmente complicado, por isso que você tem que ser criativo. Mudar o formato dos shows, mudar o esquema vazio das bandas sabe? Tentar olhar um lugar que funcione, uma cidade em que se possa se espelhar, sem ser São Paulo. São Paulo é um mundo à parte. Tem que funcionar micro. Tem que funcionar pra gente. A cena de rock teen de Pernambuco é fraca e sempre foi. Já teve fases em que todo mundo parece tá seguindo o mesmo ritmo e som e aí parece que as coisas até vão funcionar de alguma forma, mas eu não acho que ela seja auto-suficiente. Tem gente  que fica indignada quando as pessoas preferem ir a tributos, mas é lá onde a galera vai poder tomar uma com os amigos e escutar as músicas que eles já conhecem! Ninguém gosta de ir pra show de quem não sabe a letra, onde não pode cantar  junto. Tem que fortalecer mais a história da banda. Lançar músicas com videos sempre. Esse formato: ah! vou lançar um CD, tá ultrapassado. Temos que saber nos reinventar".

Danilo Rodrigues, o "Dash", vocalista da Hady, afirma que é preciso o formato de shows se reinventar para atraír novamente o público, e com  isso, fazer com que os shows de rock voltem a ser ativos no estado. "As pessoas tem de ter motivação para irem a shows de rock hoje em dia. Muitas daquelas, que frequentavam shows antigamente, vão para raves, bregas, micaretas. Eles estão indo por serem festas que estão se destacando pelo seu público ou pela intenções a parte de irem ao show. A solução do show de rock é essa. Transformar os shows em locais que as pessoas queiram frequentar pelo público. Assim, procurando saber mais do som posteriormente. É mais ou menos como aconteceu com o funk no Rio de Janeiro, tornar o que é de uma classe social ou de uma tribo, em algo acessível para todos, fazendo com que as bandas tenham pelo menos shows", diz.



Mas nem tudo está perdido. Há algumas bandas que continuam na batalha (leia-se sonho), uma delas é a Voller. "A Voller acredita que a junção das bandas é que vai voltar a movimentar a cena e isso vai fazer não só ela como as outras bandas na ativa", ressalta Yuri Adriano, baixista da banda. União esta, que está acontecendo, mesmo que de forma ainda tímida, como informa João Paulo (JP), que era vocalista/guitarrista da Abside: "Mesmo fora da cena eu vejo que tem bandas que continuam firmes, e com ótima qualidade: Scenes, Dillema, Nova Holanda, entre outras. Algumas fazem até parceria pra fazer a cena continuar (parceria essa que deveria ter sido feita antes). Mesmo respirando com ajuda de aparelhos, a cena ainda continua lá, creio que esperando uma nova safra de músicos que renove e lhe dê um motivo pelo qual viver)".

Que melhores dias venham para o nosso querido rock local.